Sentimos o abraço de polvo dos algoritmos: quente, conveniente… e um pouco apertado. Hiper-personalização poupa tempo, mas pode podar a curiosidade. Resultado? Feeds previsíveis, imaginação anêmica e privacidade de férias permanentes.
3 ideias que não cabem num carrossel (mas eu enfio mesmo assim):
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Personalização ≠ pluralidade. Modelos otimizam semelhança, não surpresa — bom pra cliques, péssimo pra invenção.
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Privacidade é pré-requisito criativo. Sem “zonas fora do feed”, ninguém arrisca o estranho que vira original.
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Design de escolha importa. Botões de “reiniciar recomendações”, “modo anônimo criativo” e “mistura aleatória” são UX de autonomia, não capricho.
Mini-framework S³ para criadores e educadores:
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Serendipidade: reserve 15% do feed para conteúdos fora do padrão.
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Segurança (Safety): on-device, dados minimizados, logs efêmeros.
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Stewardship (Zeladoria): explique por que algo aparece; deixe o usuário mexer no volante.
🎯 Missão-laboratório (20 min):
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Desligue recomendações por 24h.
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Busque manualmente 3 temas fora da bolha (ex.: astronomia, tipografia japonesa, agro-tech).
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Anote 1 ideia nova por tema e transforme em um micro-protótipo (um esboço, um áudio, um parágrafo).
📊 Métrica caseira: Índice de Serendipidade (IS) = ideias novas / fontes exploradas. Aumente esse número semanalmente.