Curso:
Escrita Criativa I
O New Weird é um gênero que mistura fantasia, horror e ficção científica, criando mundos perturbadores e estranhos, onde as convenções tradicionais são quebradas. Ao contrário da fantasia clássica, com seus heróis e vilões em jornadas previsíveis, o New Weird foca em narrativas surreais e criaturas bizarras que desafiam a lógica.
O gênero é marcado pela exploração de ambientes urbanos decadentes, ecossistemas alienígenas e um constante sentimento de desconforto e inquietação.
Surgindo como uma resposta ao Weird Fiction clássico de autores como H.P. Lovecraft, o New Weird vai além, introduzindo críticas sociais e políticas nas suas histórias. Ele mistura de maneira fluida ficção científica, fantasia e horror, criando experiências literárias únicas.
O New Weird é excitante porque vai contra todas as expectativas. As histórias não seguem fórmulas e, em vez disso, mergulham o leitor em mundos onde as regras da realidade não se aplicam.
O gênero se destaca pelas criaturas bizarras, cenários estranhos e culturas alienígenas, oferecendo algo completamente novo e imprevisível.
O New Weird cria cenários e personagens que subvertem a lógica comum, gerando uma mistura de desconforto e fascínio.
O gênero transita entre ficção científica, fantasia e horror, criando mundos que não se encaixam em uma definição única, permitindo uma infinidade de possibilidades.
O New Weird explora o corpo e a biologia de maneiras bizarras, criando criaturas e cenários grotescos que geram uma estética única e perturbadora.
O New Weird é muitas vezes ambientado em cidades decadentes e distorcidas, onde a arquitetura e a geografia parecem alienígenas. As cidades podem ser vivas, mutáveis ou opressivas, e são essenciais para criar o desconforto e a estranheza que dominam as histórias.
O gênero adora criar ecossistemas e criaturas bizarras que desafiam qualquer lógica biológica conhecida. Criaturas híbridas, formas de vida alienígenas e fusões entre tecnologia e carne são comuns, gerando uma sensação de alienação e maravilha.
Ao contrário da fantasia ou ficção científica tradicionais, o New Weird não segue as convenções do herói ou da jornada do herói. As histórias geralmente se concentram em personagens que estão perdidos ou tentando sobreviver em mundos incompreensíveis, com ações que resultam em consequências imprevisíveis.
O New Weird combina o fantástico com o macabro. O horror muitas vezes vem da estranheza do mundo ao redor, das criaturas bizarras ou das situações de desespero e incerteza.
Aqui estão algumas obras que capturam a essência do gênero:
Felix Barrett e Dennis Kelly
Um homem encontra uma ilha isolada onde os habitantes seguem rituais estranhos e uma lógica própria. Conforme se envolve com a comunidade, percebe que a realidade ali segue regras desconcertantes e perturbadoras. A série captura a essência do New Weird ao criar um mistério psicológico em um ambiente que parece ao mesmo tempo real e distorcido, levando o espectador a questionar o que é verdade e o que é delírio.
Uma bióloga se junta a uma expedição em uma área onde a natureza sofreu mutações inexplicáveis, transformando animais, plantas e até o tempo de maneiras bizarras. Conforme o grupo avança, a realidade se torna cada vez mais instável. O filme é um dos exemplos mais marcantes do New Weird moderno, ao apresentar um terror cósmico-biológico que desafia a percepção do espectador, misturando ciência, mutação e um final ambíguo que deixa mais perguntas do que respostas.
Baseado no livro de Philip K. Dick, o filme segue um policial infiltrado que usa uma tecnologia que altera sua percepção da realidade. Conforme ele mergulha na investigação, sua identidade se desintegra. A animação rotoscópica cria uma atmosfera de sonho febril, reforçando o desconforto e a instabilidade do protagonista. Esse é um clássico do New Weird, misturando paranoia, tecnologia e alucinação.
Uma agente do governo investiga um prédio governamental que desafia as leis da física, onde objetos do cotidiano possuem poderes inexplicáveis e dimensões alternativas podem ser acessadas. Inspirado em histórias de horror cósmico e no conceito de “realidade distorcida”, Control é um dos melhores jogos do New Weird, explorando mistério, mutação e manipulação da percepção.
Escrever New Weird oferece uma chance única de explorar narrativas que desafiam as convenções e as expectativas. O gênero permite criar mundos que desafiam a lógica comum, gerando cenários e criaturas únicos e surreais. Além disso, o New Weird é um excelente meio para explorar temas profundos, como o medo do desconhecido, a fusão de tecnologia e biologia, e as fragilidades humanas em ambientes distorcidos e incompreensíveis.
Esse gênero é perfeito para quem gosta de criar experiências imersivas que envolvem estranheza, desconforto e fascínio, permitindo que o escritor brinque com expectativas e ofereça uma narrativa que prende o leitor em um mundo instável e incompreensível.
Jeff VanderMeer
O New Weird é um gênero que desafia as normas da ficção, misturando fantasia, horror e ficção científica em uma mistura de estranheza e surrealismo. Se você gosta de criar mundos bizarros, criaturas que desafiam as leis da biologia e personagens que enfrentam o incompreensível, o New Weird é o gênero perfeito para você. Com ele, é possível criar narrativas que fogem da normalidade e oferecem experiências inesquecíveis, onde o estranho e o familiar se encontram de formas que desafiam a mente.
“Como vimos nesta aula, o New Weird é aquele gênero que joga fora o manual da fantasia e da ficção científica.
Aqui, herói clássico? Esquece. No lugar disso: mundos surreais, criaturas grotescas e uma realidade que parece ter sido desenhada num pesadelo.
É como se fantasia, horror e sci-fi tivessem colidido num universo estranho onde tudo pode — e geralmente vai — sair do controle.
O New Weird provoca desconforto, mistura crítica social com o grotesco e te obriga a se perguntar: o que é real aqui?
Se é estranho demais pra caber em um gênero só… provavelmente é New Weird.”
